quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem rumo


Estamos num barco, navegando para o impossível. Muitos já desistiram de esperar e se jogaram no mar, com a esperança de, quem sabe, ele alivie sua dor. Olho pra trás e só vejo água, não consigo ver meu ponto de partida e muito menos meu ponto de chegada. Vejo apenas o horizonte e sou guiada pela força do vento, vou aonde ele quiser me levar, sem rumo. Os dias e noites passam. Avisto um pedaço de terra, ancoro e desço para averiguar. O resultado foi frustrante: terra abandonada, sem população local, sem suprimentos. Volto para dentro do barco, junto de meus companheiros, retorno para o mar adentro e espero até aparecer a tão sonhada terra. Enquanto ela não aparece, sustento-me pela esperança de um dia conseguir pisar em solo seguro. Quem sabe esse barco não afunda de vez, assim ameniza essa dor insuportável que está aqui dentro.

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