sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Admita

Um dia você vai acordar
E quando abrir os olhos vou estar ao lado seu
Um dia você vai acordar
E perceber que o seu grande amor sempre fui eu
Eu sei que é muito chato te ligar agora
Já são quase quatro horas da manhã
Não consigo dormir
Eu sei que você tá numa deprê danada
E que também perdeu o sono
E com certeza tá pensando em mim
Sua amiga me disse tudo não adianta esconder
Eu tô por dentro da situação
Admita que esse cara só te faz sofrer
Enquanto eu te quero você quer solidão
Um dia você vai acordar
E quando abrir os olhos vou estar ao lado seu
Um dia você vai acordar e perceber que o seu grande amor sempre fui eu

César Menotti e Fabiano

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Inexplicável


Há tantas coisas acontecendo ao meu redor. Estou passando por inúmeras provações e uma delas está relacionada à minha fé. Sabe quando entregamos algo na mão de Deus e algumas vezes fraquejamos, pensando negativo? Pois é, é isso que ta acontecendo comigo. Tenho fé no poder Dele, creio em sua misericórdia, mas às vezes algo me tira o chão, sei lá, de repente quando as coisas começam a não fazer sentido, desconfio do meu próprio potencial, e pior, desconfio da graça de Deus. Mas isso dura milésimos de segundo e Ele vem me mostrar o quanto to errada em pensar assim. Sinceramente, só sendo Deus mesmo para ter tanta paciência, ver que seus fiéis às vezes duvidam Dele e mesmo assim concede sua graça. Toda vez que algo vem me tirar o chão, me faço a seguinte pergunta “onde está tua fé?”, e tudo aquilo que parecia perdido, começa então a tomar sentido, tomar forma, cor. Sinto, no profundo do meu ser, que esse sofrimento está acabando. Sinais, que nem eu mesma consigo entender, me mostram que a saída está perto. E, não sei, sinto meu coração doer, mas uma dor bem gostosa, parece que ele volta a se encher de esperança. É algo inexplicável. Mas lembre-se, quando não achamos explicações humanas para algo, significa que é a mão de Deus que está agindo sobre nós. O inexplicável se explica simplesmente por ter fé.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Meu lugar ♫


Em algum lugar, longe daqui, alguém pensa como eu. Certo ou errado eu não mudo e te esqueço, como alguém já esqueceu. Um dia eu vou te ver e você vai me encontrar calado e chorando te pedindo pra voltar. Não dá pra esconder o que insisto em sentir, ninguém esquece. Assim tão fácil seria se nós ouvíssemos a mesma voz, que vem do coração, que bate sem parar. Em algum lugar, longe de ti alguém se arrependeu. Sigo os teus passos e, mudo, eu fico sozinho, pois há quem já te perdeu. Um dia eu vou te ver e você vai me encontrar, ao lado e tão distante procurando o meu lugar. Não dá pra esconder o que insisto em sentir, ninguém esquece. Assim tão fácil seria se nós ouvíssemos a mesma voz, que vem do coração, que bate sem parar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Não tenhas medo, pois Eu estou aqui

            Há um certo tempo atrás, tive um sonho muito ruim. Sonhei com o ‘inimigo’. Após aquele sonho, tudo o que acontecia ao meu redor era motivo para ter medo: um barulho, a sombra de alguém, as folhas da árvore se mexendo durante a noite. Desconfiava de tudo e todos. Só conseguia dormir com a luz do corredor acesa e, mesmo assim, era preciso fechar os olhos logo ao deitar-me, pois me apavorava com qualquer sombra feita na janela.
            Preocupada, minha mãe não sabia o que fazer. Meus amigos sempre me apoiavam e faziam de tudo para levantar minha auto-estima, mas todo esforço era em vão. Nada conseguia me acalmar. Foi então que alguém, em algum lugar, não agüentou ver todo meu sofrimento e desespero e decidiu por tomar uma atitude.
            Numa sexta à noite, tentando estudar para uma prova, aquele medo reapareceu. Estava, aparentemente, sozinha. Todos já estavam dormindo. Vi uma sombra e entrei em desespero. Lembrei da música que mais me acalmava: Foi por você – Anjos de Resgate. Coloquei, pois, o fone de ouvido. Ainda assim, não me acalmei. Decidi fechar os olhos e algo muito estranho aconteceu. Mesmo com os olhos fechados, conseguia visualizar meu quarto, mas em tom de sépia. Foi quando, então, vi um homem bem alto, usando umas vestes estranhas entrando pela porta de meu quarto. Tinha cabelo cacheado até o ombro. O surpreendente foi que não consegui ver seu rosto, havia um clarão sobre ele. Este homem se aproximou, colocou sua mão em meu ombro e disse “Pra quê ter medo? Não se preocupe, eu estou aqui!”. Alisou meus cabelos, deu um beijo em minha testa e saiu pela porta.
            Abri os olhos e fui atrás, procurei-o e não o achei. Senti meu peito inflar como um balão, meu corpo estava quente e meu coração vibrando como nunca. Me senti tão confortável a partir daquilo. Sentia arder o seu amor em mim. Queria gritar, contar para todo mundo o que havia acontecido. Acordei minha mãe, tentei explicar o que havia acontecido, mas ela não entendia nada do que eu falava, já que eu não parava de chorar.
            Levo comigo até hoje essas palavras. E tenho orgulho em dizer: Cristo me ama!

Carolina Gambati
06/10/2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Experienciar o Amor

            Quando o policial entrou naquele quarto, a cena que mais chamou a sua atenção não foi o brutal assassinato seguido de suicídio, mas aquela menina linda, encostada no canto da parede, com um olhar de dor e tristeza, mas, ao mesmo tempo, de serenidade.
            Que cena terrível! Aquele casal, agora morto, nunca tinha vivido bem. Desde muito jovens, ambos eram usuários de drogas. Aliás, se conheceram por causa das drogas. Os vizinhos não sabiam muitas coisas sobre eles, e não ser que tanto o rapaz quanto a moça eram drogados. E que tinham uma filha, mais nada.
            As brigas naquela casa pequena eram constantes. Os vizinhos já estavam acostumados com a gritaria e a quebradeira de coisas. Mas naquela noite a coisa foi pior do que nos outros dias. Ao ouvirem o barulho de tiro, chamaram a policia, que chegou tarde demais.
            Quando faltava a droga, o rapaz se descontrolava completamente. A moça saía para tentar consegui-la, mas nem sempre trazia a droga esperada. Naquela noite ela saiu e não conseguiu nada. Voltou de mãos vazias. Ele tinha cheirado a ultima carreira de cocaína. Estava alucinado, queria mais e mais. Não quis saber de explicações. Ele precisava de mais cocaína. Como a esposa não trouxe a droga, ele partiu para a violência física. Ela tentou se defender. Ele perdeu o controle da situação e acabou atirando certeiramente em seu peito. O terror da droga e da morte lhe provocou pavor. Acabou cometendo suicídio.
            Talita, a única filha está ali. Presencia tudo. O policial percebe a gravidade da situação e imediatamente tira a menina do quarto. É levada para o Conselho Tutelar. Não tem nenhum parente ou conhecido na cidade. Ninguém sabe nada a seu respeito a não ser por aquilo que os jornais retrataram em suas primeiras paginas.
            A pequena foi viver com uma família que teve a coragem de adotá-la mesmo sabendo de seu passado tão terrível. A mãe adotiva foi procurar o padre e pedir ajuda, já que Talita nunca tinha freqüentado igreja, não conhecia os sacramentos e nem tinha sido batizada.
            O padre ficou feliz com a atitude da família adotiva e providenciou para que a criança ingressasse num pequeno grupo de catequese. Como a historia de Talita era muito triste, o padre se encarregou de conversar com a catequista, para que a menina pudesse ser devidamente preparada e receber os sacramentos do Batismo e da Primeira Eucaristia.
            Preocupada com a nova aluna, a catequista caprichou na aula inaugural. Como Talita não sabia nada de catecismo, era preciso uma dinâmica apropriada. A catequista levou para a sala de aula uma pequena e linda imagem de Jesus Misericordioso. Colocou a imagem sobre a mesa e a cobriu com uma toalha branca.
            A criançada foi chegando e tomando lugar nas cadeiras preparadas em circulo em torno da mesa. Depois das costumeiras apresentações, a catequista disse que aquela era uma aula muito especial, já que iriam aprender sobre a pessoa mais importante do Universo.
            Para provocar as crianças, tirou a toalha que encobria a imagem e pediu que levantasse a mão direita a criança que soubesse o nome daquele homem.  Para surpresa sua, entre as crianças que levantaram a mão estava Talita.
            - Você sabe o nome dele, Talita?
            - O nome eu não sei não, professora.
            - Então, por que você também levantou a mão?
            - Porque mesmo não sabendo o nome dele, eu tenho certeza absoluta: no dia que papai e mamãe morreram, foi esse homem que ficou o tempo todo segurando a minha mão!



Pe. Léo, scj – Livro “SEGREDOS PARA A CURA INTERIOR”

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Amar por quem não Te ama

Há cerca de um mês, enquanto conversava a respeito dos rumos que a juventude católica tem trilhado, me veio ao coração uma imagem que jamais tive a ousadia de pensar. Creio por isso que me tenha sido genuinamente inspirada pelo coração de Deus. Na imagem, eu me via entrando pelo corredor central de uma imensa igreja. Sobre o altar, ladeado por duas velas, via o ostensório expondo à adoração o Santíssimo Corpo de Cristo. Porém, todo o templo estava vazio. E além de vazio, parcamente iluminado pelas velas do altar e por frios feixes de luz que atravessavam os vitrais. O altar e o presbitério desnudos, vazios de qualquer ornamento que honrasse a presença Eucarística de nosso Senhor. E ao aproximar-me um pouco mais, pude discernir no chão da igreja, caídas, estilhaçadas, as imagens dos santos que compunham a beleza contemplativa do templo. Esta era a cena que me vinha aos olhos do coração: as imagens dos santos espedaçadas pelo chão do templo frio e vazio, em cujo altar a Presença Eucarística de Nosso Senhor Jesus Cristo permanecia solitária e esquecida.
Com profunda tristeza no coração eu pensava no que podia significar essa imagem e o que me queria dizer o Senhor com ela. Ao longo dos dias em que passava pensando no assunto e na imagem, ia sentindo que algo muito intenso crescia em mim, um firme desejo de responder com maior doação e entrega aos sonhos Dele para nós, juventude católica PHN. Buscar mais intensamente Sua Vontade para que Ele me sustente na santidade que me inspira. Sentia então que ia chegando ao significado dos detalhes da imagem que me dera o Senhor e que aqui desejo partilhar.
A primeira coisa que compreendi foi a respeito da presença de Jesus sobre o altar mesmo na fria solidão daquele templo. Sentia no coração a profunda certeza de que Ele sempre estará sustentando a Sua Igreja, em eterna oblação no Calvário do Altar. Exposto, entregando-se eternamente como alimento de santidade aos que compõem o corpo místico da Esposa do Cordeiro. Mas logo senti outra indagação na alma: se está o Senhor exposto no altar, onde estão os ornamentos e flores que deveriam enaltecer o Trono Eucarístico do ostensório? E mais ainda: onde estão os adoradores?
A resposta veio-me como um raio, ferindo e incendiando meu coração. Sentia como se o Senhor me dissesse: “Já não há mais adoradores! É preciso que minha juventude volte a estar aqui diante de mim!”. E esta é a mensagem que gostaria de dividir aqui com meus irmãos de caminhada: As flores que adornam o altar de Nosso Senhor Jesus Cristo são a nossa juventude entregue a um verdadeiro espírito de adoração. Nós somos os ornamentos que atrairão os olhos e corações para Jesus. Somos nós as flores que, sem renunciar à nossa beleza particular, apontamos tão somente para Ele, e unicamente por Ele temos razão de estar aí. “Quantas vezes estamos na igreja por todos os motivos do mundo, menos por causa de Jesus Cristo?” eu me perguntava. Nossa energia de jovens, entusiasmo, alegria e até a santa rebeldia da juventude precisa mais do que nunca florir e perfumar a Igreja, para que o mundo veja em nós o sinal da nova humanidade gerada a partir do mistério da tumba vazia. Uma juventude ressurrecta, curada, alimentada na Eucaristia, com uma fornalha de amor no peito! Precisamos honrar o mistério Eucarístico tal quais as flores que honram o altar de Cristo em Sua Santa Igreja!
Como se já não fosse o bastante tudo isso, ainda uma parte da imagem não compreendia: por que jaziam quebradas, destruídas, as imagens dos Santos da Igreja? Senti mais uma vez a voz do Senhor dizendo-me: “Os fiéis estão caindo! É preciso ser fiel por aqueles que já não são!”. É chegado o tempo de a juventude católica assumir para si a santidade que Deus espera de nós! Basta de vidas vazias e santidade de vitrine! É tempo de testemunharmos autenticamente o amor de Cristo, testemunho fiel e decidido no lugar dos que não são fiéis. Ao mesmo tempo vemos tantos irmãos de caminhada caídos, cansados, desmotivados, entregues a prisões das quais o Senhor já os tinha libertado... Portanto, nosso testemunho, antes de ser jogado na cara desses que se perderam, precisa ser um testemunho sacrifical, de amor pelo Senhor no lugar dos que Dele se esqueceram; precisamos viver um testemunho intercessório, que leve ao altar de Deus estas almas preciosas que Ele deseja ter de volta em Sua Casa; e um testemunho incendiário, que lhes abrase o coração e lhes dê o desejo de voltar ao coração de Deus.
Em cada inspiração que me dava o Senhor acerca da imagem, uma certeza me vinha ao coração: somente por meio de um profundo amor eucarístico tal testemunho será possível! Um amor eucarístico em dois sentidos: primeiro, um coração profundamente tocado por Deus, adorador do corpo, sangue, alma e divindade de Jesus na Eucaristia. E enfim, um amor com o Coração Eucarístico do Senhor, coração rasgado, entregue, consumido de amor pelos irmãos.
Confesso que muito mais do que um canal desta mensagem do Senhor à juventude, sinto-me alvo dela. Ainda que soasse absurdo, senti desde o inicio que vinha de Deus a inspiração desta reflexão e não poderia trancafiá-la em mim. Longe de sentir-me isento de tudo isso, desejo ser o primeiro a ser tocado pela voz de Deus para que Ele me leve a ser ainda mais fiel aos Seus desígnios. Desejo estar diante Dele e adornar seus átrios com a flor da minha juventude, e trazer para o Seu altar, no meu coração, todos que um dia ouvirão a voz de Deus se eu tiver a coragem de viver com fidelidade o meu testemunho.
Desejemos isso, Geração PHN!
Sejamos fiéis na santidade, pois há almas a serem salvas por força do nosso testemunho!


“Te amar por quem não te ama
Te adorar por quem não te adora.
Esperar por quem não espera em Ti,
E pelos que não crêem eu estou aqui!”
Com carinho e orações
Roberto Amorim