sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A mentira

Hoje falarei sobre a mentira. Acho que mentira é uma das coisas que meu mais não suporto. Não vou falar que nunca menti, pois assim estaria sendo hipócrita. Aliás, hipocrisia é outra coisa que não gosto e que vive juntinho da mentira. Pessoas mentem o tempo todo, para desmarcar um compromisso, para fugir de alguém. O engraçado é que pensam que as pessoas nunca vão descobrir. Certa vez, “reatei” com meu ex-namorado e uma semana depois, terminamos de novo. Mas no dia seguinte, procurei-o para falar algumas coisas. O que ele fez? Ele me ignorou. No momento doeu mais que álcool em ferida exposta, mas foi bom pra eu me desligar dele. Semanas depois perguntei o motivo de ele ter me tratado daquela maneira e, da forma mais sincera, ouvi: “foi porque eu não queria te iludir”. Fiquei contente de saber que ele queria meu bem; ele não mentiu, ele apenas arrumou uma forma de sair pela tangente. E funcionou, funcionou porque foi seguido da verdade.
Quando falamos de mentira, lembramos logo de namoro, essas coisas. Mas não é só no namoro que abrange, envolve amizades também. Mal avaliando, mentira em namoro é em maior escala, mas é mais “bem aceita”, digamos assim, pois existem muitas limitações. Mas quando tomamos mentira em amizade, o buraco é mais em baixo. Vamos dizer: o que é o amigo? Amigo é aquele pra quem você conta seus segredos, seus sonhos, seus desejos, suas fraquezas... O amigo sabe tudo de você, vocês trocam confiança. E, se ele mentiu, onde fica a confiança de vocês? Namorado (a) pode não ser pra sempre, mas o amigo é. E o maior laço que pode existir entre duas pessoas é a confiança. Mas como confiar naquele que mente pra você? Pior ainda quando acontece com melhor amigo.
            Sabe, eu sou muito observadora. Pego os mínimos detalhes e percebo, muitas das vezes, quando um amigo meu mente pra mim só pelo modo de falar, caso esteja no telefone; e se eu estiver pessoalmente com ele, a probabilidade de eu descobrir a mentira aumenta. Quando eu era pequena, minha mãe usava dois ditados para distinguir a mentira:
Mentira tem perna curta
e
O diabo fez a panela, mas esqueceu de fazer a tampa”.
Gente, é exatamente assim. Pelo fato de eu ser muito observadora, vejo as falhas das pessoas. Elas se contradizem muitas vezes. Mas faço-me de desentendida.
            O que mais me surpreende é o fato de que as pessoas não se importam de maneira alguma com a pessoa que está sendo enganada (lembremos que enganação é sinônimo de mentira). Digamos, você mentiu para sua mãe. Falou que não poderia ir ao mercado com ela porque estava passando mal. Ela vai sozinha ao mercado e você fica na Internet até a hora de ela voltar. Mas você já parou pra pensar que ela estava querendo uma companhia, alguém para ajudá-la a empacotar as compras..? Pois é, você só pensou em si. Opa! Descobrimos mais uma coisa que anda com a mentira: o egoísmo. Ainda por cima, de lá do mercado, sua mãe, sozinha, pensa em como você está em casa, se está melhor e etc. Você traz preocupação à pessoa que só quer o seu bem por puro capricho seu. Agora se ponha no lugar da pessoa para quem você mentiu. Você gostaria que seu melhor amigo mentisse pra você? Creio que não, né? Então vamos fazer um acordo: você só mentirá na pior das hipóteses, e quando for para o próprio bem da pessoa. Ok?
            Mais uma coisa, fugir não adianta de nada. Encare a verdade logo. Você já viveu de uma mentira e viu que não foi nada bom pra você. Pra quê dar aos outros algo que você provou e não gostou? Reflita.

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